A China está promovendo uma enorme comemoração para marcar uma das suas maiores tentativas de se conectar com o mundo exterior: a nova rota da seda.
A China está promovendo uma enorme comemoração para marcar uma das suas maiores tentativas de se conectar com o mundo exterior: a Iniciativa do Cinturão e Rota, conhecida como
Marca registrada do presidente chinês Xi Jinping, a nova rota da seda pretende aproximar a China do mundo exterior com investimentos e projetos de infraestrutura. Após uma injeção de dinheiro sem precedentes em cerca de 150 países, a China se vangloria de ter transformado o mundo – o que não deixa de ser verdade.
Alguns dos objetivos, como a internacionalização da moeda da China – o yuan – e a ocupação da capacidade ociosa das companhias chinesas, tiveram sucesso limitado. Mas Pequim colheu imensos benefícios econômicos no setor comercial. A soja é um exemplo. A China é o maior importador mundial do produto e dependia muito dos Estados Unidos para se abastecer.
Do Sri Lanka e das Maldivas até o Laos e o Quênia, inúmeros países contraíram dívidas pela Iniciativa do Cinturão e Rota, o que colocou o governo chinês em maus lençóis. "Politicamente, será um desafio interno para a China promover simultaneamente a redução das dívidas no exterior enquanto os problemas econômicos domésticos não forem totalmente resolvidos", afirma Christoph Nedopil, fundador e diretor do think tank chinês Green Finance and Development Center , que acompanha os gastos com a nova rota da seda.
Ao longo dos anos, os projetos da iniciativa chinesa também foram acusados de criar "elefantes brancos" geradores de desperdício, alimentar a corrupção local, agravar problemas ambientais, explorar trabalhadores e deixar de cumprir com as promessas de trazer empregos e prosperidade para as comunidades locais.
"A China surge como uma 'loja completa': 'Aqui estão nosso bancos e empresas e fazemos tudo, do início ao fim. E, se você assinar hoje, iremos terminar aquela ferrovia a tempo para a sua próxima campanha eleitoral", segundo Gunter. "A China não reverteu a orientação para o Ocidente de muitos países, mas, de fato, moveu a agulha para o campo intermediário – o que já é uma enorme vitória diplomática para Pequim", segundo ele.
O think tank também afirma que a Iniciativa do Cinturão e Rota passou a ser um dos "principais instrumentos" da China para o isolamento diplomático de Taiwan. Muitos países que alteraram seu reconhecimento de Taiwan para a China na última década recebem financiamento através da iniciativa, segundo a instituição.
Esta nova estratégia fez com que a China reduzisse seus financiamentos. O país impôs limites aos empréstimos externos pelos bancos chineses. Os acordos de investimento, agora, são cerca de 50% menores do que cinco anos atrás, segundo a análise do GFDC.