Rússia está sequestrando crianças ucranianas e mães têm que viajar para território inimigo para resgatá-las == g1
Filho de Tetyana Kraynyuk, Sasha, foi uma das 13 crianças levadas pelas tropas russas de sua escola em setembro passado — Foto: BBC
Apenas oito das crianças retornaram a Perevalsk até agora, e Artem foi um dos últimos, resgatado por sua mãe no último mês. A Rússia insiste que seus motivos são puramente humanitários, evacuando crianças para protegê-las do perigo. Altos funcionários desprezam a acusação do TPI, ameaçando até mesmo prisões retaliatórias contra os representantes do tribunal.
Sasha é um garoto alto e tímido com uma longa franja que ele gosta de alisar, como muitos outros adolescentes de sua idade. Quando pergunto sobre a saudade da mãe, ele faz uma longa pausa, diz que é muito angustiante relembrar o tema e pergunta se pode mudar de assunto. Uma campanha similar foi organizada em todas as áreas ocupadas, muitas vezes usando professores da Rússia para substituir os locais, que se recusaram a colaborar.
Passou-se um mês inteiro antes que um amigo visse um vídeo nas redes sociais, datado do início de setembro de 2022. Ele informava que 13 crianças da Escola Especial Kupyansk haviam sido transferidas para o leste, para uma instalação semelhante em Svatove, ainda sob controle russo. "Ninguém fez nada. Apenas em Perevalsk, e mesmo assim não imediatamente. Acho que eles fizeram isso de propósito", diz Tetyana.Ela ainda precisava ir buscar Sasha pessoalmente, mas a rota direta até o local cruzava a linha de frente da guerra.
O canal no Telegram da Comissária Presidencial para os Direitos das Crianças está repleto de vídeos em que ela aparece escoltando grupos de crianças ucranianas através da fronteira, onde jovens perplexos são recebidos por pais adotivos russos com presentes e abraços enquanto são filmados. Em público e online, Maria Lvova-Belova referiu-se repetidas vezes às crianças daquelas regiões como "nossas". Ela adotou um adolescente de Mariupol, postando fotos com o novo passaporte russo dele.
Durante seis meses, Alla Yatsenyuk viveu com a sensação de que uma parte de si mesma estava faltando. Alla implorou à administração regional, mas foi informada de que só devolveriam as crianças "quando Kherson voltasse a ser russa". Ela também precisaria juntar cerca de US$ 1,5 mil para pagar um motorista, bem como tirar seu primeiro passaporte e toda a papelada que os russos exigem para provar seu vínculo com o filho.
As mulheres estavam sendo ajudadas por um grupo chamado Salve a Ucrânia, que interveio quando se descobriu que centenas de crianças ucranianas poderiam estar presas. "Eles nos mantiveram como gado, separados de qualquer outra pessoa. Catorze horas sem água, sem comida, nada", descreveu Alla sobre período em que ficou detida pelo serviço de segurança FSB da Rússia em um aeroporto de Moscou.
Eles falaram sobre serem levados em excursões no início e serem razoavelmente alimentados e vestidos. Mas em território controlado pela Rússia, eles foram tratados e ensinados como russos. Quando os inspetores vinham de Moscou, os ucranianos tinham que se alinhar ao lado da bandeira russa e cantar o hino russo.
Desde que os russos foram forçados a recuar, abandonando Kherson, eles vêm se vingando da cidade do outro lado do rio. Em seu apartamento, ela explica que seu filho mais velho ainda está na Ucrânia esperando ser convocado para lutar a qualquer momento. Tetyana não quer nada além de ir para casa e para o marido, mas Kupyansk está sob fogo pesado novamente.
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