Imaginava-se que as imagens das câmeras corporais usadas pela polícia de São Paulo fulminariam a imaginação de gestores ficcionistas. Deu-se o oposto. A reação policial à morte do soldado Patrick Reis deixou em Guarujá um rastro de cadáveres e denúncia
. Levou o compromisso ao pé da letra. Em sete meses de governo, não adicionou uma mísera câmera às 10.125 já existentes.
Tarcísio escolheu para o posto de secretário de Segurança Pública um crítico das câmeras, o deputado federal bolsonarista e capitão da PM Guilherme Derrite. Na última segunda-feira, quando o governo paulista contabilizava oito pessoas mortas pela polícia na operação do Guarujá, Derrite declarou que as imagens"estarão à disposição" da Justiça e dos promotores.
No dia seguinte, Derrite começou a se reposicionar em cena. Afirmou que algumas das câmeras usadas por PMs nas comunidades pobres da Baixada Santista talvez não tenham funcionado adequadamente. Hoje, os mortos são contados em 16. A Ouvidoria da Polícia estima que o monturo de cadáveres pode chegar a 19. E nada das imagens.
Já estava entendido que Tarcísio deixou-se capturar pela banda truculenta da polícia. Ao absolver previamente os excessos policiais, acorrentou-se a um dos lemas prediletos do bolsonarismo, segundo o qual bandido bom é bandido morto. Ao silenciar diante do sumiço momentâneo das imagens, Tarcísio troca a fama de gestor técnico pela suposição de que uma polícia matadora pode dar sobrevida a políticos precários.
Enquanto não surgirem as imagens captadas pelas câmeras que os policiais levavam grudadas aos uniformes na operação sangrenta do Guarujá, um letreiro invisível e ininterrupto piscará sobre a cabeça de Tarcísio de Freitas:"Sorria, governador, você está sendo filmado."Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
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