Em 20 anos, nenhum país cresceu e se transformou tanto como a República Popular da China
É possível resumir as duas primeiras décadas do século 21 em apenas uma frase? Difícil. Talvez seja mais fácil resumi-las em cinco letras: China.começou o novo milênio dona de um PIB de US$ 1,2 trilhão. Vinte e três anos depois, ele batia os US$ 17 trilhões, o segundo maior do planeta, com analistas projetando que na década seguinte o país superaria os Estados Unidos como a maior economia do mundo.
A abertura do mercado doméstico chinês representava desafios para o regime em Pequim, especialmente no mercado de trabalho. Como lembrou texto da BBC News em novembro de 1999, devido ao acordo com os EUA "o desemprego poderá aumentar significativamente, com suas ineficientes indústrias estatais enfrentando uma concorrência crescente".
Nas duas décadas após a entrada na OMC, o governo chinês conseguiria evitar grandes impactos negativos da medida, enquanto aproveitava a nova liberdade de operar comercialmente no exterior.Essa expansão chinesa não incluía apenas benefícios econômicos e políticos. O comando comunista do gigante asiático estava determinado a construir uma nova imagem do país, moderna e positiva.
O retorno do avião só foi confirmado no fim de maio, o que levou a grande especulação sobre quais informações secretas os chineses poderiam ter obtido ao vasculhar a aeronave americana. Apesar da cordialidade na política, um dos mais claros resultados da entrada da China na OMC foi a penetração de seus produtos em outros mercados. Com custos mais baixos de produção, os fabricantes chineses de roupas, brinquedos e equipamentos eletrônicos tornaram-se extremamente competitivos.
Hu disse que a China estava se esforçando para reduzir essa diferença, mas reclamou que Washington restringia a venda de produtos de alta tecnologia que poderiam também ter uso militar. O fato é que, a partir de meados da década de 2000, a economia passou a pautar a interação entre Washington e Pequim.A história da explosão econômica da China na primeira década do século pode ser contada em números, todos impressionantes.
O gigantesco êxodo rural fez com que a população urbana do país passasse, segundo o Banco Mundial, de 191 milhões em 1980 - em torno de 20% do total nacional - para cerca de 600 milhões em 2007 - cerca de metade da população do país. Com sede em Shenzhen, a DeCoro havia aumentado seu faturamento 20 vezes desde sua abertura, em 1998, até 2002. "O que a China oferece à DeCoro é muita mão-de-obra barata", disse à BBC News o dono da empresa, o italiano Luca Ricci. Segundo a BBC, Ricci avaliava que seus sofás custariam 40% a mais se fossem feitos à mão na Itália.
A Apple entregaria a produção de seu revolucionário iPod, lançado em 2001, à Foxconn, fabricante de produtos de tecnologia que já trabalhava para marcas como Compaq e Intel. No novo milênio, porém, a China identificou a necessidade de diversificar geograficamente seus esforços de fomento da indústria e das práticas capitalistas.
O discurso de eliminar disparidades regionais também permitia que Pequim fortalecesse sua presença em regiões mais distantes, enfraquecendo culturas e tradições locais. No caso de Kashgar, muitos alegavam que o investimento na região permitia maior controle e repressão dos uigures, uma minoria muçulmana.
A cidade de Zhengzhou, entretanto, já vinha sendo desenvolvida de forma especial desde o início do século. Em 2000, foi estabelecida a Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Zhengzhou, e no ano seguinte o governo chinês iniciou o processo de construção da Nova Área de Zhengzhou. O município basicamente ganhou uma nova cidade, para ser posteriormente ocupada.
A Apple prometeu investigar as alegações. Segundo um porta-voz, citado pela rede CNN, "a Apple está comprometida em assegurar que as condições de trabalho nas nossas redes de fornecedores sejam seguras, que os trabalhadores sejam tratados com respeito e dignidade". "A empresa disse que está levando as mortes a sério, embora uma investigação do governo local não tenha responsabilizado as condições de trabalho", escreveu a BBC News em maio daquele ano. Dias depois, um funcionário deu um depoimento ao Serviço Chinês da BBC. "Muitas pessoas acham que seja provavelmente por causa do estilo de gerenciamento, que é como um treinamento militar.
Um grande marco nesse esforço de melhoria de imagem foram os Jogos Olímpicos de 2008, realizados em Pequim. Depois de meses de tensos preparativos - incluindo protestos em favor da independência da província do Tibete, durante a passagem da tocha pelo país -, a China realizou uma cerimônia de abertura de encher os olhos.
Foram 48 medalhas de ouro da China, 12 a mais que os Estados Unidos, num total de 100 medalhas dos anfitriões. Mais preocupante ainda para o regime chinês eram as atividades de outro artista, o escritor e crítico Liu Xiabo. Conhecido dos meios literário e acadêmico desde os anos 1980, Liu tornou-se um energético defensor dos direitos humanos na China.
Apesar de posições polêmicas em outras áreas, como seu apoio à invasão do Iraque pelos Estados Unidos, o escritor foi reconhecido por seus anos de luta pacífica em favor da democracia na China.Pequim condenou a escolha, classificando-a de "uma obscenidade". Em junho de 2017, sofrendo de câncer, Liu Xiabo foi transferido da prisão para um hospital. Morreu um mês depois, aos 61 anos de idade.
Menos de 20 atrás, apenas as cidades de Pequim, Ghandzou e Xangai eram servidas por rede de metrô. Atualmente, 25 cidades dispõem de metrô. Desde o começo do novo milênio, o Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores mundiais dessas mercadorias, foi um dos países que mais se beneficiaram do boom provocado pelas compras chinesas.
Também perto da virada do milênio, em 1999, foi fundado o Alibaba, um futuro gigante do comércio eletrônico. Em 2014, quando abriu seu capital, ele bateu o recorde de maior IPO da história, levantando US$ 25 bilhões no mercado. Seguindo a onda da Tencent e do Alibaba, em 2000 nasceu o terceiro conglomerado da internet da China, o Baidu, chamado por muitos de Google chinês.
Em pouco tempo, Xi iniciou uma nova era de nacionalismo e expansionismo em sua gigante nação. "Sua ambição, indicou ele em discursos nas semanas recentes, é liderar uma renascença chinesa para que a China possa reassumir seu lugar de direito no mundo", escreveu o então correspondente da BBC News no país, Damian Grammaticas.
A tendência autoritária do novo líder chinês foi confirmada quando seus futuros dez anos como presidente deixaram de ser, necessariamente, apenas dez. Um dos mais importantes temas de sua campanha foram exatamente as cinco letras que definiam o século: China. Seis meses antes de sua eleição, ele disse em discurso a seus seguidores que o país era responsável pelo "maior roubo da história do mundo" e que os EUA não podiam "permitir que a China continue estuprando nosso país".
A China responderia com tarifas contra produtos americanos, e por quase dois anos as duas potências protagonizaram uma guerra comercial. Apesar das disputas comerciais e de sua retórica anti-China, o líder americano costumava ser afável com Xi Jinping. Segundo Washington, a adoção da tecnologia chinesa criaria riscos de segurança, ao permitir potencial uso do sistema em ações de espionagem de Pequim.
Trump assinou normas proibindo empresas do país de manter ligações comerciais com as plataformas chinesas e tentou banir o Tik Tok dos Estados Unidos. Com a derrota de Trump no pleito de 2020, a expectativa era de que o governo do democrata Joe Biden estabelecesse uma relação mais construtiva com a China.A China encerrou as duas primeiras décadas do século 21 confirmando todas as previsões sobre sua transformação em superpotência.
No começo do século 21, os chineses também obtiveram liderança ou domínio em partes do mundo onde antes pouco atuavam, como África e América Latina. Em 2019, a China respondia por mais de 65% de todo o saldo comercial brasileiro, segundo o Indicador de Comércio Exterior da FGV/IBRE. Segundo esses críticos, através do dinheiro farto os chineses forjavam alianças políticas na esperança de também obter benefícios em fóruns supranacionais como a ONU.
Na época o país já era responsável por 60% da fabricação global de painéis de energia solar e investia cada vez mais em usinas de energia eólica em regiões como Europa e Oceania. A nova superpotência, que já havia conquistado mercados, dominado novas tecnologias e já explorava o espaço, anunciava não ter mais pobres entre seus 1,4 bilhão de habitantes.A China tornou-se líder na fabricação de painéis de energia solar, vistos em usinas espalhadas pelo país, como em Liuan
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