O Pilatos apropriado pela religião parece um homem equilibrado e preocupado em ser justo. Enquanto o Pilatos dos autores não religiosos é cruel, sanguinário — alguém que não poupa seus inimigos.
identificam uma curiosa diferença na maneira como Pôncio Pilatos, o procurador romano que governava a província da Judeia na época daparece um homem equilibrado e preocupado em ser justo. Seu papel na narrativa da morte de Jesus é o daquele que não condena alguém no qual não vê crime algum. "Lava as mãos" e deixa que o povo judeu decida pela sentença de morte.
"João também fala de Pilatos, mas de forma independente. Então temos dois autores, no fundo, dizendo que Pilatos participou da morte de Jesus", conclui.Segundo as narrativas bíblicas, há um consenso: ele seria um homem que não identifica em Jesus qualquer crime, qualquer responsabilidade. "Ao contrário, tenta argumentar às lideranças judaicas, no particular, e ao povo judeu, no geral, que Jesus não merecia morrer.
"E já estava em curso um diálogo, que havia começado com Paulo, entre seguidores de Jesus e autoridades romanas nos âmbitos locais das cidades sob o domínio imperial disseminadas pela bacia mediterrânea", acrescenta. "Mas as religiões judaica e cristã são religiões históricas", pondera Zamagna. "Dão muito valor à proximidade, à inserção da revelação na comunidade humana, que se realiza, obviamente, no tempo, no espaço, nas culturas."Para traçar um perfil o mais abrangente possível de Pilatos é preciso recorrer também aos autores não religiosos.
Pobre e distante da capital, a Judeia não era das províncias mais cobiçadas, o que indica que Pilatos não gozava de tanto prestígio assim no império. No cargo, ele tinha poder literalmente de vida e morte sobre os cidadãos — ou seja, podia condenar à morte. Entre suas atribuições também estava a de nomear o sumo sacerdote, o que o tornava próximo, na esfera de poder, dos poderosos judeus.
"Tanto Fílon quanto Josefo citam uma carta na qual a figura de Pilatos aparece, e o fazem de uma maneira extremamente desfavorável. Ele seria um cara áspero, obstinado, um sujeito violento, cruel, um verdadeiro saqueador, alguém que agia de maneira intempestiva executando pessoas sem o processo legal", conta Moraes. "Ele tinha uma série de defeitos."
Por volta do ano 35 teria ocorrido uma procissão samaritana ao Monte Gerizim e ele ordenou que o movimento fosse reprimido à força, deixando novamente muitos mortos. "No final das contas, são relatos que vão aparecendo e atestam a historicidade dele", salienta Moraes.
A segunda função de citar essa figura é conferir um lastro histórico à própria vida de Jesus. "Dá um caráter histórico", pontua Moraes. "A presença de uma autoridade romana confirmam não só o domínio de Roma naquela região, naquele território da Palestina, mas também a historicidade de tudo aquilo."
Outros textos do Novo Testamento também buscam redimi-lo -- e atribuir a condenação de Jesus como culpa exclusiva dos judeus. É o caso do trecho de Atos dos Apóstolos, escrito pelo mesmo Lucas do evangelho, que diz assim: " o Deus de nossos pais glorificou o seu servo Jesus que vós entregastes e rejeitastes na presença de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo".
Na simbologia que se tornou mais forte — e fez com que Pilatos merecesse ser lembrado inclusive na oração do Credo —, o evangelho de Mateus conta que, durante o julgamento, "vendo que aquilo de nada adiantava", ou seja, que os judeus estavam convencidos da necessidade da pena capital para Jesus e "que a situação ia dando em revolta, Pilatos tomou água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: 'Eu sou inocente deste sangue.
Mas se a data celebrava um povo que, depois da escravidão encontrava a liberdade na nova terra, como ficava a situação do domínio romano? "Nós, historiadores, nos perguntamos: que liberdade os judeus viviam sendo suas terras ocupadas pelo império romano?", questiona Chevitarese.
"Histórico é: Jesus foi identificado como possível candidato messiânico, possível líder popular. Então, soldados romanos o prenderam e o arrebentaram de pancada, torturaram, quebraram de paulada já no caminho para a cruz. Sofrendo todas essas violências ele chegou ao Gólgota", conta Chevitarese. "Chegou lá, acabou. Prendem-no na cruz e deixam-no morrer.
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